quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Pelo sim, pelo não

Algumas pessoas não conseguem dizer não em certas situações. Indo além das piadinhas pornôs óbvias (se você pensou em uma, parabéns: você é um leitor de MAD), isso é uma coisa muito complicada.

Como nasce esse efeito? Nasce assim: uma pessoa boa começa a querer ser superlegal e acaba virando o bobo que as pessoas montam em cima.

Sim, isso é bem autobiográfico.

Você começa a dizer sim para todos os programas de índio, idéias fracas, coisas que não dão em nada, toda sorte de atrasos de vida que aparecem. E nesse caso podemos dizer que uma adição às leis de Newton seria: "Os atrasos de vida tendem a se mover e aderir às pessoas que não dizem não."

A solução para isso seria ficar esperto, aprender a ser duro com as pessoas. Mas quem me entende sabe que ser duro com as pessoas não é algo que se deseja fazer. Ou você o faz naturalmente (falta alguma fibrinha no coração) ou você se sente um carrasco.

Agora, o problema de verdade: quando você não diz não para as pessoas, acaba sem querer machucando as pessoas que só merecem ouvir sim. Porque elas estarão a seu lado quando você estiver de mau humor por ter aceitado um programa de mico. E podem acabar sendo respingadas por sua raiva.

Para essas pessoas, mais importante que o sim ou o não é o "desculpa-me".

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Primeiros passos

Não sei se o primeiro post costuma ser o mais difícil.

Conversando, outro dia, sobre a possibilidade de criar este blog - o meu primeiro - descobri que não tinha muito bem um tema pro primeiro post. Não tinha nem tema pro blog, mas este problema eu resolvo depois.

A única coisa que consegui, com meu lado advogado do Diabo, foi achar dois problemas que podem afligir o condenado que escreve o primeiro post da vida. Como eu sou novo no lance ainda tinha a sensação que a primeira publicação internética é como o primeiro vôo de um pássaro. Errou, tenta na próxima encarnação porque você já era. Salvo com a ajuda de algum veterinário ou literato.

Os tais dois problemas, lá vão eles.

Primeiro. Todas as pessoas um dia fazem algo mal feito. O Vinícius já escreveu alguma coisa bem Roupa Nova. O Tyson perdeu do Buster Douglas. O Senna foi reto na (sua) última curva. O Poe caiu na besteira de explicar o Corvo. Imagina eu então , que coleciono erros?

O segundo é que um blog define a pessoa. É um recorte, mas tem de retratar o todo. E o todo não é feito para todos. A gente é uma coisa para cada pessoa e num blog (como naquele brinquedo que enjoa na primeira semana, o Orkut) a gente é pra todo mundo um texto.
Bom, daí dava preu entrar naquela semiótica toda, máscaras e personas e Jungs e assim vai... Pra mim isso é meio lance de bêbado fazendo Tai Chi, é patético embora esteja no ritmo certo. A lição de moral é: não quero que o primeiro post me aprisione.

Então, vambora.
Esse não será um blog sobre shows.
Nem sobre textos, e eu vou me controlar pra garantir isso.
Não será sobre nenhum dos meus apelidos, nem sobre as pessoas que eles representam.

Esse blog vai ser meu primeiro jazz. Bem beebop. Vou improvisar tudo, tendo de base alguma frase do baixista.