terça-feira, 18 de novembro de 2008

Infiltrado na Orquestra

Studio Sp recebeu visita da Orquestra Imperial. Fui nos dois dias, sem ingresso mesmo, esperei para começar o show e entrei. Sexta e sábado.

Valeu demais.

http://br.youtube.com/watch?v=U1yXDoRWXdQ

Repara na Nina Becker e na Talma de Freitas quebrando tudo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Novos amigos imaginários


Ok, depois de um belo tempo, vambora.

Pretendo fazer um curto hoje. Baseado na frase que o Júnior, bluesman e sábio amigo meu, me contou hoje. Ele viu num filme, que era uma merda, e a frase passa despercebida no meio da película.

"Deus é o amigo imaginário dos adultos."

Minha opinião: muito foda essa.
Porque a conceituação de Deus passa justamente por isso. Uma construção individual de cada pessoa, um confidente, um espectador. Um motivo para nunca estar sozinho.

Eu acredito que o ser humano, mais do que pavor de ficar sozinho, tem uma dependência fortíssima de ter uma platéia. Esse, aliás, é o tema deste blog. É uma convicção inabalável que tenho: as pessoas dependem de saber que sua vida é uma história que está sendo contada, e que valerá a pena ser ouvida. Seja uma comédia, um drama, aventura, pornozão ou thriller, sempre é uma história (ou estória, como era antes, com mais fantasia e menos compromisso com a veracidade). O pior não é viver uma vida ruim, é viver uma vida não contada. Daí cê me diz, "nem todo mundo quer contar pra alguém." O ponto é esse: na grande maioria das vezes a pessoa conta para si mesma. As pessoas sempre tentam imaginar as melhores cenas que viveram em terceira pessoa. Pode reparar, sempre que você imagina um momento de glória seu, imagina em terceira pessoa. Ao contrário dos de vergonha. Estes você imagina em primeira pessoa, com todas as pessoas te olhando, aquele superego com o olhar de reprovação fixo em você.

Só que a gente é moderno; se você está lendo um blog, ou seja, é uma pessoa mais nova e curte o lance de ser "racional", "adão o caralho, foi um big bang", provavelmente tem toda essa vibe de alguém te ver mas não acredita em Deus. Quando eu era adolescente o lance era falar um "eu acredito em Deus, mas não Deus como todo mundo acredita, é um Deus meu, uma energia, blablabla" (imagine-me falando isso com voz imitando uma menina fútil). Tanto faz, dá na mesma. A função na sua mente é a mesma, ser uma pessoa que está lá para te ver como um personagem principal. Que se relaciona primeiramente com você (alguém se imagina como o coadjuvante de uma história? se sim, me avisa, ou a seu terapeuta). O resto do mundo é um assunto. Um amigo imaginário.

Com a chegada da Internet as coisas só ficam mais claras se você concorda com meu ponto de vista. A graça de ter um blog é ter mais e mais leitores. Porque aí o seu público fica anônimo, perde uma cara e passa a ser mais como Deus: indefinível. Quando tem poucos leitores - como eu - não está escrevendo para o mundo, está contando uma história de uma só vez para todos os que te conhecem.

Taí. Deus é o amigo imaginário dos adultos, e o blog é quase o mesmo. Só que a "oniciência" deste depende da sua popularidade.


p.s.: Achei a frase tão boa que o porra do roteirista podia ter feito só a frase e mandado para algum jornal, em vez de fazer um filme merda.