Eu odeio quando meus gatos somem.
Odeio quando eles se trancam em um forro, em um teto. Quando se exilam no topo de uma árvore.
Hoje aconteceu.
O cão a agarra. Ela escapa. Agarra de novo. Escapa mais uma vez (se eles desistissem algum dia de escapar, tinham sido extintos na Idade Média).
E corre. E pula um muro. E outro. E se esconde em um forro.
Responde com seu miado, mas não aparece.
Uma chuva se aproxima na tarde de hoje.
Uma escada me espera, junto com meu desajeito com alturas.
Hoje à noite eu saio daqui e vou direto para Pinheiros.
Vou tentar, pela milésima vez (quisera eu que o número fosse redondo assim, indicava fechamento de ciclo ou, ao menos, poesia) salvar um gato.
Pode ser que Deus, como já fez muitas vezes, a salve antes.
Pode ser que Ele, como em muitas outras, me use de instrumento para salvá-la.
Eu não aceito nenhuma outra possibilidade.
Nem com a tempestade contra mim.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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3 comentários:
Cuidado com os relâmpagos meu querido.
Salvou? Salvou-se?
Gostei do termo "desajeito com alturas".
Texto com boa levada. Ritmo. Parabéns.
ABRAÇÃO!
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