segunda-feira, 25 de maio de 2009

Some never awaken - Anaïs Nin

Alguns textos são bons demais para eu não colocar inteiros.


Some never awaken.

“You live like this, sheltered, in a delicate world, and you believe you are living. Then you read a book… or you take a trip… and you discover that you are not living, that you are hibernating. The symptoms of hibernating are easily detectable: first, restlessness. The second symptom (when hibernating becomes dangerous and might degenerate into death): absence of pleasure. That is all. It appears like an innocuous illness. Monotony, boredom, death. Millions live like this (or die like this) without knowing it. They work in offices. They drive a car. They picnic with their families. They raise children. And then some shock treatment takes place: a person, a book, a song, and it awakens them and saves them from death. Some never awaken.”

-Anaïs Nin

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu, a cópia


Hoje li uma frase boa. 'Todos nascemos originais. E morremos cópias'.

Eu até ía perguntar o quanto isso é verdade, mas como diria o Raul seixas, de blog com pergunta retórica o Brasil já está cheio.

Sempre que a gente lê uma dessas frasesinhas-provérbio, só abre um sorrisinho se ela faz sentido, se a gente dá aquela conferida mental na hora e decobre que tem os requisitos para se configurar uma miniverdade universal. O que eu, obviamente, fiz com essa frase.

Na primeira vez que li, senti isso mais pela sacada tradicional: quando criança todo mundo é criativo, depois começamos a repetir as fórmulas que sabemos que funcionam. O lance é o que veio depois.

Depois de um dia todo de trabalho, papo, almoço, risadas, ônibus e caminhadas, eu comecei a ver um outro lado. Dane-se esse lance da criatividade, mania-obsessão de publicitário. (aliás, um adendo: eu deveria antes de escrever cada post reler o primeiro de todos, ele tinha umas regrinhas ótimas preu nunca me perder escrevendo. Como você percebe, 'evitar digressões' não era uma delas.)

O que eu comecei a perceber dessa frase é o lance do quanto ela nos fala sobre hereditariedade. A cada dia, ficamos mais parecidos com nossos pais. Eu hoje me reparei com um tanto de cada. Com meu irmão deve rolar a mesma coisa, com outra pegada. Ele grava um disco do Roberto Carlos, compra uma moto e tá tudo de boa. Eu, por outro lado, sou as emoções e ações e erros e acertos de Dona Selma e Renatão. Cada dia mais, sou uma cópia deles. 

Depois de discutir outro dia sobre o tempo com o James, comecei a ver o tempo como um fenômeno com um corpo completo. Nós só vemos uma fatia tridimensional dele por vez, e entendemos isso como "presente". Maybe it's just the way it should be. Agora, o lance engraçado não é sermos de certa maneira a mesma pessoa do nosso primeiro ao último dia. O negócio é que nossa vida pode - e, seguindo o que eu estou defendendo nesse texto, obrigatoriamente o faz - seguir o mesmo padrão da vida das nossas gerações anteriores. No naipe "cada bola de sinuca faz o caminho que for, simplesmente para cair em uma caçapa do mesmo modo". Talvez meu pai tenha lutado para ser diferente do Renatão primeiro, meu vô, o ajudante que virou legista que virou o descobridor da técnica de consertar corações. Mas o Renatão primeiro antes de tudo era o 'príncipe', apelido por seu charme de cavalheiro. E meu pai foi um monte de coisas que seu pai não fora, mas acabou sendo o mesmo, 30 anos após. E eu, que sou tão diferente, diplomado, branco, 'culto', eu termino sendo como eles. Releituras.
E eu sou também a Dona Selma, quando ela era só a Neca e saía para as ruas porque toda casa é infinitamente pequena. E que acreditava que toda chance pequena é infinitamente maior que nunca tentar. E ela foi mulher e viveu muito mais do que eu vivi, e mesmo assim eu, o publicitário, e aquela manicurie ainda somos, somehow, a mesma pessoa.

Mudou a forma, tentou o destino, mas o padrão se formou o mesmo. Como cada banana é uma diferente, mas sempre formam um cacho.

Talvez, antes de saber o mundo (por tudo que aprendi pelas vidas deles), eu ainda fosse um original. Algo que nasceu só da minha cabeça que conhecia tudo do mundo por primeira impressão. Hoje, eu sei: empilhei os originais para juntar o que tinham de bom, e me fiz cópia.

Agora a frase, aquela de verdade, a que vem depois que você põe todos os neurônios e pinos da cachola para dançarem o maracatu do raciocínio: saber ao final da vida que você foi parecido com os de antes é fácil. E... e olhar sua vida, ainda no começo, e imaginar que ela pode seguir um caminho que você já sabe o final?

domingo, 10 de maio de 2009

Whatever Happened to Gus


Não sei se meu primeiro contato com essa música foi acordado ou não.

Sei que não parece ter sentido até você ouvir entendendo a letra. And then...

Sonhei outro dia que conversava com um gato, coisa que motivou uma decisão e uma mudança na minha vida. Acordei com essa música na cabeça.

Ainda não sei se lembro dessas músicas do sonho ou se a manhã seguinte é que faz parte deles.


"It had something to do with Max. 

With Max and Bird, Billy Eckstein and Lester Young, back in the day. Them cats, coming out of Pittsburgh by way of Kansas City. Way back when, we were laid on up to win in a souze in that crowd. 

You see, it was like this. Yeah, there I was in the basement of this office building, down there around Brooklyn Bridge. Rehearsals, see, and, like, there was Bird, Bird with his arm around Wynton Marsalis' shoulder. Bent me all out of shape, I couldn't figure what the hell Bird was doing with his arm around Wynton Marsalis' shoulder, it didn't seem to change. And than there was all these musicians, all these fantastic jazz musicians hustling and running across Brooklyn Bridge, descending into the city, the Big Apple, down there around City Hall. Bright and early one morning, just running. And there was this one cat that looked just like Lester Young. 

Than his image kept changing, than he started looking like Billy Eckstein, than back to Lester, than Billy, than Lester, than Billy. And ran up to him and I said "Say Man.


And I said to him, I said "Say man, who's got the key?", he looked at me and he said "Key, what key?". He said "Gus got the key." I said "Gus, Gus who?" He said, "Don't you know, Gus Johnson got the key." 

And that's when I did my research, searched around the jazz scene through the history of the music. Inside out, outside in. Talked to one old timer way back when, and he said, "Yeah, don't you known Gus Johnson, he was a drummer, back out of Kansas City."